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17.07.2020 Finanças

Principais riscos que afetam os negócios e as mulheres empresárias. você sabe como proteger seu patrimônio?

Empreender pode ser a grande oportunidade que as mulheres precisam para atingir plena independência financeira, sucesso profissional e êxito empresarial. Contudo, todo empreendimento apresenta riscos de várias naturezas:

  • Comercial;
  • Financeira;
  • Pessoal;
  • Familiar;
  • Entre outros.

Impedir que os riscos existam é impossível. Porém, é possível detectá-los, antecipá-los, levá-los em conta e, assim, reduzir a possibilidade de que esses riscos causem algum tipo de prejuízo aos seus negócios ou ao seu patrimônio.

Neste artigo, preparado especialmente para a mulher empreendedora, falamos sobre os principais riscos que afetam os negócios e a mulher empresária. Alguns desses riscos atingem homens e mulheres, enquanto outros são mais intensos no gênero feminino, como você vai ver adiante.

Além disso, este artigo também dá dicas sobre como as mulheres podem agir para proteger seu patrimônio no médio e longo prazo, com dicas sobre bons investimentos e ações estratégicas para cuidar do seu dinheiro e manter sempre a sua autonomia.

Riscos empresariais internos e externos

Quem entra para o mundo do empreendedorismo está sujeito a diversos riscos. Para facilitar a compreensão e o planejamento de estratégias para contê-los, é bastante conveniente separar esses riscos em categorias.

Isto porque existem riscos associados a aspectos internos de sua empresa. Outros riscos, por sua vez, têm a ver com contextos externos ao seu negócio que quase sempre são impossíveis de se controlar. Por isso, é importante estar preparada.

Esses riscos estão devidamente delimitados de acordo com a Análise SWOT, ou FOFA em português, sigla para Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças. Como fraquezas, entendemos os riscos inerentes ao seu negócio. Como ameaças, portanto, os riscos que vêm de fora.

Fraquezas: riscos internos que a sua empresa pode minimizar

Riscos internos à sua empresa podem ter um alto potencial de dano. Por outro lado, como são interiores ao negócio, podem ser mais facilmente controlados.

Vamos entender um pouco melhor sobre as principais fraquezas de uma empresa e como eliminá-las:

Alto custo de operação

Todo empreendimento possui custos operacionais de diferentes origens. Em pequenos empreendimentos, os principais custos estão relacionados a:

  • Locação dos imóveis onde a empresa opera;
  • Folha salarial;
  • Custos com estoque;
  • Custos por venda;
  • Compra de equipamentos;
  • Despesas com água, luz, telefone, internet e condomínio.

É natural que uma empresa tenha custos. O risco acontece à medida que esses custos estão altos demais, prejudicando a margem de lucro ou pior: deixando a empresa no vermelho. Consecutivos resultados negativos podem colocar o seu empreendimento com dívidas e, posteriormente, em uma situação de falência.

Nem sempre é possível reduzir os custos. Mas, geralmente, com uma gestão eficaz, alta produtividade, boas vendas e uso correto do dinheiro, os seus custos operacionais não devem ser um problema.

Dívidas

Dívidas podem ser resultado de ineficiência operacional, problemas de gestão ou decisões tomadas equivocadamente. Por exemplo: adquirir um equipamento, imóvel ou outro ativo caro demais para o momento do empreendimento, ou não se planejar corretamente para contratar um empréstimo bancário.

Dívidas podem corroer uma empresa por dentro. O ideal é que as dívidas de um empreendimento não ultrapassem 30% da receita bruta do negócio, até mesmo porque a empresa já tem outros débitos para arcar.

Naturalmente, os riscos associados ao não pagamento de dívidas são:

  • Perda de bens para as instituições credoras;
  • Perda de credibilidade junto ao mercado;
  • Impossibilidade de comprar bens e estoques;
  • Ou até mesmo a falência completa do negócio.

Má gestão

Má gestão é um dos maiores riscos internos que uma empresa pode enfrentar. A mulher empreendedora precisa estar pronta para encarar os desafios desse universo, que é cheio de oportunidades, porém com obstáculos e algum machismo. Má gestão pode acontecer de diversas maneiras, algumas muito sutis.

Má gestão pode acontecer quando:

  • Uma decisão equivocada é tomada;
  • Uma pequena empresa não sabe por que seus lucros caíram ou por que vendeu menos no período;
  • Não tem os registros completos de cada transação financeira realizada ou o controle completo da emissão e do recebimento de Notas Fiscais.

Claro que os desafios de gestão variam de empresa para empresa. Uma Microempreendedora Individual – MEI, pode passar por menos dificuldades gerenciais que a sócia-proprietária de uma pequena empresa.

A melhor forma de evitar a má gestão é se capacitar:

  • Faça cursos;
  • Leia conteúdos de qualidade, que você encontra nos sites do Sebrae;
  • Conte com consultoria empresarial, converse com outras mulheres empresárias;
  • Reflita e tente aprender com cada experiência positiva e negativa pela qual a sua empresa passa.

Produtos ou serviços pouco satisfatórios

O mercado é um organismo vivo que recompensa os melhores, ou pelo menos os mais atrativos. Normalmente, se a sua empresa oferece bons produtos e serviços com um preço razoável tem grandes chances de ter sucesso.

Algumas empresas sofrem, porque o mercado consumidor não recebe bem suas mercadorias.

Para mudar isso, pode ser necessário baixar preços, mudar de fornecedor, trocar as matérias-primas ou até mesmo modificar toda a sua linha de produtos e serviços. Mais uma vez, uma consultoria pode ser muito útil.

Ingerências societárias

Este é um problema que atinge especialmente as mulheres empreendedoras responsáveis por micro e pequenos empreendimentos. Embora sejam empresárias, donas do próprio negócio, muitas dessas mulheres possuem sociedades com maridos, pais, irmãos ou outros homens de sua convivência familiar ou afetiva.

A realidade brasileira mostra que uma parcela considerável das mulheres empreendedoras era empregada do lar ou funcionária antes de empreender. Ou seja, não tinham capital inicial para investir e, por isso, abriram sociedades com outros homens.

Diante de uma sociedade ainda bastante patriarcal, é bastante comum que essas mulheres empreendedoras acabem tendo sua atuação afetada de alguma maneira por essas relações afetivas, incluindo conflitos familiares e discordâncias pessoais que acabam impactando nos negócios.

Falaremos mais sobre a proteção do patrimônio da mulher nos tópicos finais deste artigo.

Ameaças: as circunstâncias do mundo externo que podem prejudicar seu negócio

A sua empresa pode ser prejudicada por terceiros ou por circunstâncias alheias ao controle da mulher empresária. Nos próximos tópicos, iremos compreender um pouco mais sobre as principais ameaças pelo qual passam as empreendedoras.

Concorrência

A maior das ameaças que uma empresa pode passar, sem dúvida alguma, é a sua concorrência. Especialmente se atua exatamente no mesmo ramo que o seu empreendimento. É preciso sempre manter um olhar atento no que a concorrência tem feito de certo e de errado, seja para se inspirar ou para ter noção do que não deve ser feito.

A concorrência pode roubar seus clientes e seu faturamento. Por isso, além de observá-la, é preciso tomar algumas ações para combatê-la, se necessário:

  • Fazer promoções;
  • Investir em estratégias de Marketing;
  • Trazer produtos e serviços ainda não presentes nas empresas rivais;
  • Oferecer diferenciais de atendimento ou condições de pagamento;
  • Entre outras.

Impostos

Embora toda empresa esteja sempre sujeita à alta carga tributária do Brasil, você, como mulher empreendedora, deve enxergar os impostos como um risco inevitável e calculado. Ou seja, programe a sua empresa para estar sempre em dia com o Fisco e ter todos os documentos comprobatórios de suas transações, para evitar problemas com o “Leão”.

Com planejamento tributário, a sua empresa pode pagar menos impostos no fim do ano fiscal. Converse com seu contador para encontrar o regime tributário (Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional) que mais esteja de acordo com a realidade de seu empreendimento.

Momento da economia

O momento da economia pode ser um risco à mulher empreendedora. Especialmente neste período, em que passamos por uma pandemia, cujos efeitos financeiros devem continuar sendo sentidos, mesmo depois que os problemas de saúde do coronavírus passem.

Momentos de recessão são especialmente complicados para a mulher empreendedora. Clientes têm menos dinheiro e, portanto, gastam menos. A concorrência se torna mais agressiva à medida que o cerco se fecha. Instituições financeiras não facilitam o acesso ao crédito, entre outras dificuldades.

Por outro lado, das crises econômicas podem surgir oportunidades. Se a sua empresa tem potencial para “surfar” em uma crise, através dos serviços ou produtos que comercializa, é bom investir e aproveitar – o caso de empresas de saúde, cosméticos e produção de máscaras, por exemplo, se expandiu durante a pandemia da Covid-19.

Mulher: proteja seu patrimônio pessoal e empresarial

Mulher é força, mulher é inteligência, mulher é determinação. A mulher empresária tem essas qualidades em abundância, mas também precisa tomar as atitudes corretas para obter, acumular e proteger o fruto de seu árduo trabalho.

Por isso, nos itens seguintes, tratamos sobre algumas medidas que empreendedoras podem tomar para proteger seu patrimônio pessoal e empresarial de riscos e ameaças pelas quais elas podem passar. Veja:

Contas separadas: empresa e pessoal

Uma recomendação imprescindível para a mulher empreendedora é: separe o seu patrimônio pessoal de seu patrimônio empresarial. Não misture o dinheiro do seu CPF com o do seu CNPJ.

Isso é uma maneira de proteger o seu próprio patrimônio e ser menos prejudicada em caso de dificuldades financeiras. Isto porque se o patrimônio de sua empresa for incorporado a seu patrimônio pessoal, em uma eventual falência, mesmo seus bens pessoais podem ser utilizados para quitar dívidas ou recuperar suas finanças.

E, não queremos ser pessimistas, mas falências acontecem e sempre podem acontecer. Faz parte da trajetória da maioria dos empresários e empresárias ter quebrado, pelo menos, uma vez. O importante é se preparar para passar por este momento com serenidade.

Complementando este conselho, mais dois conselhos breves: faça você o controle de seu próprio dinheiro. Evite deixar a gestão financeira nas mãos de um cônjuge, a não ser que acordos sejam devidamente acertados entre as partes.

Além disso, em boa parte das vezes, não é recomendável tomar empréstimos dando sua casa como garantia.

Embora os empréstimos com garantia de imóvel sejam os que têm as menores taxas, é necessária muita segurança financeira para realizar este tipo de transação com a garantia de que seu bem não será colocado como forma de compensar uma eventual dívida.

Reserva de valor para momentos de emergência

A crise da Covid-19 tem ensinado uma lição valiosa às empreendedoras de mercados em todo o mundo: empresas e empresárias precisam guardar dinheiro. Momentos de pandemia, como a que o mundo está passando em 2020, colocaram boa parte da população em quarentena e frearam absurdamente a demanda do mercado consumidor.

Empresas que não guardaram dinheiro nesse período acabaram tendo mais dificuldades para se sanear, ou até mesmo fecharam as portas. Por isso, mulher empresária, pode ser uma boa medida sacrificar parte de seu lucro, deixando uma parcela do dinheiro como capital de giro ou investi-lo em ativos financeiros.

Invista o seu dinheiro em ativos seguros e confiáveis

No item anterior, demos como conselho que a mulher empreendedora não apenas guarde seu dinheiro, mas também se torne uma investidora. Embora esta ação possa ser altamente segura e promissora, ela precisa ser feita com muita cautela, para que a reserva de valor não se torne, na verdade, um prejuízo.

Por isso, no momento, a mulher empresária e investidora deve ter um cuidado especial com o lugar no qual investe seu capital. O mercado nacional e mundial, afetado pelo coronavírus, tem passado por diversas oscilações que podem prejudicar o rendimento do dinheiro que você investe.

Ao mesmo tempo, a poupança também não é a melhor opção para o momento. Em um período no qual a taxa básica de juros do Brasil está atingindo baixas históricas, o dinheiro colocado na poupança acaba perdendo valor com o tempo, ao invés de trazer renda.

Uma dica possível são os títulos de renda fixa e os fundos do Tesouro Direto. Outra opção possível, caso haja mais dinheiro guardado, é investir em imóveis. Terrenos, casas e apartamentos normalmente não se desvalorizam e são uma boa opção de proteção de patrimônio a longo prazo.

Conclusão

Por séculos, a sociedade se acostumou a ver a mulher como mãe, esposa e gestora do lar. Hoje, as mulheres não são apenas isso: elas podem ser o que quiserem. Mães ou não, esposas ou não, do lar ou não e, além disso, podem ser empreendedoras, investidoras, proprietárias, acionistas, profissionais etc.

Porém, a mulher empresária precisa sempre dar passos conscientes e cuidadosos. Das suas ações dependem empregos, renda e a produção de riquezas que trazem autonomia e felicidade.

Esperamos que você tenha entendido melhor sobre os riscos aos quais está sujeita a mulher empreendedora, bem como já tenha mais noção de como cuidar de seu capital. O Sebrae continua aqui para te ajudar sempre que puder.

Acesse outros de nossos artigos e capacite-se cada vez mais!

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